Imagem capa - Você vive de fotografia ou faz dela sua vida? por Rodrigo  G. Roncolato
Fotografia

Você vive de fotografia ou faz dela sua vida?

Aos poucos, o ramo fotográfico tem garantido sua importância na economia brasileira. Isso se deve ao desenvolvimento mercadológico do setor, e também à evolução não natural da espécie “Fotógrafo”, que tem buscado se aprimorar e impor uma linguagem criativa e pessoal, elevando seus trabalhos a patamares consolidados à aceitação dos consumidores.

Mas me pergunto o que esses profissionais têm feito e quais os seus pilares ideológicos sobre fotografia? O setor evoluiu, mas até que ponto da evolução esses “lamentadores” acompanharam? Ou apenas ficaram estáticos aprisionados em suas redomas de conhecimentos técnicos sobre como captar uma imagem? Quando digo que o mercado evoluiu, não me refiro apenas às tecnologias, processos, materiais e linguagem fotográfica. A Fotografia não é mais uma dança com passos marcados como antigamente, tempos em que o profissionalismo era blindado apenas pela complexidade do processo de concepção fotográfica, onde o diferencial do fotógrafo era, exclusivamente, sua capacidade em adquirir e aplicar técnicas. Isso, hoje, é banalizado devido à facilidade em absorver informações e à rapidez em que as imagens podem ser geradas.

Num mundo globalizado, adquirir técnica não torna uma pessoa especialista no que quer atuar. A técnica sozinha é hoje um baú vazio, que se torna inútil sem a prática, pois de nada adianta acumular informações se o profissional não sabe o que fazer com elas; ou pior, se não tomar as atitudes certas com essa bagagem.

Não acredito que, hoje, qualquer um possa ser fotógrafo. Acredito sim que há muitos profissionais que já chegaram ao seu ápice e que, por não conseguir inovar, tornam-se obsoletos. E esses são os requisitos que nivelam os trabalhos, pois acredito que qualquer um que entenda a fotografia como uma subtração de um instante único – e que por isso deve ser feita da maneira mais sublime e impactante possível -, será reconhecido como um bom profissional.

Fotografia é projeto, dedicação, estudo e Arte; e como tal, ela se renova e adquire novas perspectivas, adaptando-se a um contexto histórico e cultural que, muitas vezes não é influência, é influenciável.

Considero os dias de hoje um Pré-Modernismo Fotográfico, que está em uma linha transitória entre velhos conceitos e as novas tendências. Muita coisa ainda está por vir e, hoje, não sobrevivem só os experientes, sobrevivem os dinâmicos e intuitivos. E melhor ainda, sobrevivem os que se entregam de alma ao trabalho, desprendendo-se da vontade única de capitalizar a sua existência. A questão é: Você quer viver de fotografia ou quer que a fotografia seja a sua vida?

Fonte: Fotografe Uma idéia